sábado, 18 de fevereiro de 2012

Daniel Serrão defende referendo-Vida

in Público
 
O catedrático de Anatomia Patológica Daniel Serrão defendeu nesta sexta-feira a realização de um terceiro referendo sobre o aborto, considerando que os dois anteriores, de resultados antagónicos, só expressaram a posição de uma parte dos portugueses.

“Tivemos dois referendos. Num deles achou-se que a vida merecia respeito absoluto, noutro achou-se que a vida merecia um respeito relativo e, portanto, permitiu-se que uma mulher possa mandar matar o seu filho até às dez semanas de vida. Acho que é necessário fazer um novo referendo”, disse.

“Como se sabe, 60% das pessoas ficaram em casa, não votaram. Só 40% se manifestaram e, desses, praticamente metade foram a favor e metade contra. Acho que valia a pena voltar a pôr aos portugueses esta questão”, acrescentou.

Falando à Lusa no Porto, à margem da apresentação de um livro que retrata o seu percurso de vida, Daniel Serrão disse não ter qualquer previsão sobre o resultado que teria um terceiro referendo, mas mostrou-se disponível para contribuir para o debate em defesa da “verdade científica” segundo a qual uma nova vida humana começa com o embrião.

A actual lei da interrupção voluntária da gravidez entrou em vigor há cinco anos, completados no passado dia 11, abrindo as portas ao aborto até às dez semanas, a pedido da mulher.

Representantes dos partidos do Governo afastaram então a possibilidade de rever a lei.

No entanto, o PSD anunciou o propósito de avaliar a sua aplicação e o CDS equacionou avançar com uma iniciativa legislativa para acabar com a isenção das taxas moderadoras relativas à interrupção voluntária de gravidez por mulheres reincidentes.