Um referendo é precisamente uma oportunidade de reflexão aprofundada, antes de um povo dar um passo em frente (ou atrás). A pergunta que propomos representa a fórmula consagrada após uma longa reflexão bio-ética envolvendo muitos especialistas e teólogos cristãos, vertida na exortação (católica) Christifideles laici, ponto 38, «O titular desse direito [à Vida] é o ser humano, em todas as fases do seu desenvolvimento, desde a concepção até à morte natural, e em todas as suas condições, tanto de saúde como de doença, de perfeição ou de deficiência, de riqueza ou de miséria.»
Portanto o momento não é de discutir os limites exactos da legislação a aprovar, mas propor ao legislador o seu sentido geral - no caso - de verdadeira defesa dos direitos humanos, e não da sua iníqua disponibilidade, como hoje se verifica em Portugal, infelizmente e com funestas consequências pessoais e sociais. Persevera, pois, e luta connosco na certeza de que estando do lado da Vida, estamos verdadeiramente do lado do Homem e contra a «cultura de morte».