Caros amigos,
Paz e Bem a todos vós!
Avisaram-nos que nos seria cortado uma vez mais, talvez
definitivamente, o acesso ao email se continuarmos* a espalhar a
nossa voz por essa via. Esta pode, por conseguinte, ser a última
mensagem a chegar-vos da nossa parte - quem tiver olhos leia, quem
tiver ouvidos ouça, quem tiver coração que se levante.
Como é sabido, a comunicação social poucas vezes nos deixa
falar do espírito que nos anima, da nossa acção, dar as razões da
nossa persistência na defesa dos mais esquecidos e invisíveis de
todos os pobres, dos abandonados na mais remota periferia do nosso
coração, dos mais invisíveis, silenciosos e silenciados da
comunidade humana, dos mais fracos de todos - e por isso mesmo
talvez os mais afectuosamente contemplados pelo olhar misericordioso
de Deus sobre o homem de hoje, os primeiros credores do nosso
humilde pedido de perdão, o primeiro abraço de reconciliação que se
nos oferece na caridade mútua, a porta estreita mas aberta para
todos os que buscam Deus e a Sua Paz.
Por conseguinte, a nossa comunicação poderá em breve deixar de
vos chegar por email, pelo que pedimos - e muito agradecemos - a vossa paciência, compreensão e a melhor
atenção na leitura desta mensagem por inteiro.
Para que queremos nós ter voz? O que queremos afirmar?
Hoje, como já em Agosto de 2009, em pleno programa
"prós-e-contras", afirmávamos a mesma ideia que haveriamos de
repetir na "carta-aberta" ao Sr Primeiro-Ministro em Outubro de
2011: «
Enquanto
matarmos os nossos filhos no ventre de suas mães, como uma
maldição, tudo o que tentarmos construir ruirá! Todas as medidas
para escapar à crise falharão!» E isto que repetidamente
afirmamos não é desejo nem profecia - é constatação de uma verdade
histórica: nenhum reino se sustenta pela injustiça; nenhum regime
prevalece esmagando a liberdade e dignidade do homem. Só defendendo
os valores humanos essenciais, pode uma sociedade viver em Paz e
aspirar ao desenvolvimento.
Em Portugal e na Europa, aprofundou-se nos últimos anos uma
deriva civilizacional que, insinuando pretender levar às últimas
consequências valores positivos - se correctamente entendidos - como
os da igualdade, tolerância e liberdade pessoal, acabou por esmagar
os mais elementares
direitos humanos universais de
terceiros, de seres humanos iguais em dignidade e em direitos aos
que com notável ruído mediático reivindicam
interesses próprios,
individuais ou quando muito de pequenos grupos. Por isso se torna
tão importante, para os grupos pro-vida e pro-família, erguer uma
voz que defenda e afirme direitos universais, concretizados em
pessoas e grupos mais frágeis e sem voz como são os bebés por
nascer, os mais idosos e doentes - pela sociedade considerados e
tratados já como inúteis ou dispensáveis. Enfim, uma voz por todos os
impiedosamente silenciados e explorados. Não surpreendem, pois, as
sucessivas tentativas para nos reduzirem ao silêncio, seja pela
desigualdade de tratamento informativo (TV, rádio, etc.) das nossas
iniciativas - como se o pluralismo pudesse ser suspenso quando se
trata da mensagem pro-Vida e pro-Familia - pela ameaça de coimas
exorbitantes (375.000€!!!), pela suspensão do acesso ao email, ao
facebook, à internet, etc.
Como se pode compreender que, embora diariamente bombardeados
por mil banalidades na televisão, jamais nos tenha sido concedida
pela RTP (estação dita de "serviço público") - ou por outros canais
televisivos - uma oportunidade de explicar as motivações e
objectivos que nos levam a promover o primeiro "referendo nacional
de iniciativa popular" que finalmente dê a voz ao povo sobre a
grande questão do
estatuto legal da vida
humana em Portugal? Para nós, não se trata de levar a
Lei a condenar quem quer que seja, homens ou mulheres. Se as pessoas
entenderem que deve passar a ser legalmente despenalizado o
derramamento de sangue alheio, aceitarão as consequências de tal
escolha. Se os cidadãos entenderem que há melhor forma do que a
prisão para penalizar os seus criminosos, não seremos nós a
estabelecer em que sentido se deverá operar um tal "progresso
civilizacional". O que não podemos aceitar é que se tratem seres
humanos como coisas descartáveis, só porque lhes faltam uns dias
para completar 10 semanas de gestação... ou porque já não conseguem
trabalhar e produzir como antes.
De que modo queremos falar? Em que linguagem nos queremos
entender?
Queremos falar abertamente do que nos enche o coração, abrir
um debate em que participem igualmente os que não pensam como nós.
Acreditamos que também nesses se pode acender aquela chama de
Esperança que - até agora - se têm recusado a ver em toda e qualquer
Vida humana, no seu início ou no seu termo. Acreditamos sobretudo no
recto julgamento do povo perante um debate franco e leal em que, ao
contrário do que tem sucedido, nos sejam reconhecidas iguais
condições de intervenção que aos representantes da «cultura de
morte» - mesmo em canais como a Rádio Renascença. Servido de uma
informação completa e verdadeira, não temos dúvida de que o povo
português, com o seu julgamento alicerçado em multi-seculares
critérios de matriz cristã, responderá enfim ao chamamento a
referendo e saberá tomar a posição mais justa, na melhor tradição
humanista e universalista com que ganhou justo reconhecimento e uma
posição ímpar na história universal.
Com «caridade na Verdade» queremos nós continuar a intervir de
rosto descoberto nos areópagos do nosso tempo. Não nos dirigimos
apenas - ou especialmente - aos que já pensam e sentem como nós, mas
a todos os "homens [e mulheres] de boa-vontade". Ainda recentemente
lançámos um
concurso
de vídeos pro Videa**,
com o objectivo de estimular os criadores desta área da arte e da
cultura a actualizar e reinventar a boa-nova do amor pela Vida, a
mensagem da "cultura da Vida", usando o léxico sempre mais rico da
linguagem audio-visual.
Até 10 de Abril, aguardaremos
a entrega das obras que o Espírito não deixará de inspirar numa
comunidade criativa que, como poucas, encontra ressonância no tempo
presente e via aberta nas auto-estradas da informação.
Estamos igualmente apostados em não deixar passar a
oportunidade das "eleições autárquicas" para levar a Causa pro-Vida
à agenda e à discussão do nosso futuro comum - também ao nível
local, onde se joga parte tão importante das nossas vidas pessoais e
familiares. Para isso convidamos todas as pessoas que se
identifiquem com a Causa da Vida a conhecer o «
compromisso
autárquico pro-Vida» e manifestar a sua disponibilidade para
dar a cara pela Causa na sua freguesia ou município, entre os seus
mais próximos.
Que caminho propomos? Para que meta correremos?
Para um cristão "o caminho, a Verdade e a Vida"
são o próprio Cristo. Para os não-cristãos e até para os não-crentes
cuja presença nas fileiras desta Causa muito nos honra, o caminho
poderá ser o de uma ecologia humana, de uma ética humanista centrada
no próprio Homem e em harmonia com a natureza. O nosso é o caminho
do Homem todo e de todos os homens. O caminho do bem comum das
criaturas, a começar pelas criaturas humanas - por todas! - em
qualquer fase do seu percurso terreno, qualquer que seja o seu
estado de vigor pessoal ou social. A nossa meta há-de ser o
reconhecimento pela sociedade de que o único avanço colectivo, real
e possível, será aquele que não deixar ficar ninguém definitiva e
irremediavelmente para trás. Só um tal avanço será verdadeiro,
perene e belo. E ainda que nos seja difícil identificar hoje com
exactidão todos os traços desse «
caminho novo», mais fácil
nos será porventura perceber os obstáculos, abismos, escolhos,
sinaléticas enganadoras e desvios no
caminho velho que temos
de rejeitar. Valha-nos, enfim, a experiência concreta de alguns
passos errados que, para nosso mal e com dolorosos frutos, já demos.
Este «
caminho novo» tem os seus pioneiros - todos
aqueles que se têm juntado à Causa, ao longo da jornada e já vão
engrossando cada vez mais as fileiras. Destes pioneiros, a quem esta
mensagem especialmente se dirige, espera-se uma Persistência,
Alegria e Coragem superiores ao comum. Se vemos trabalhar convicta e
militantemente
muitos que defendem causas como a dos animais irracionais*** ou das plantas - sem a transcendência da nossa, embora
todas respeitáveis - não lhes podemos ficar atrás, nós os que defendemos a
mãe de todas as causas: a Causa de todas as Mães, de todas as
famílias, de todos os seres humanos. Por tudo isto, passado mais de
um ano e meio desde que em 15 de Agosto de 2011 começámos a reunir
assinaturas para o primeiro grande Referendo Nacional de Iniciativa
Popular, é chegado o momento de chamar todos e cada um de nós à sua
responsabilidade diante dos seus concidadãos e até diante de Deus.
Todos nós, começando pelos primeiros subscritores, Prof.
Daniel Serrão e Prof. Gentil Martins, pela Comissão Nacional
pro-Referendo Vida, por todos e cada um dos mandatários
identificados nas
folhas
de assinaturas que continuamos a distribuir, pelos
participantes das «jornadas mundiais da juventude» de Madrid-2011, a
quem dirigimos um veemente apelo pouco escutado (mas que renovaremos
para as jornadas no Rio de Janeiro, agora em 2013), por todos
aqueles que nos diferentes lugares e níveis da responsabilidade, em
diversas entidades, movimentos e igrejas, todos nós - cada um por
sua vez - havemos de responder um dia à questão: "Que fizeste?".
Vamos, por nossa grave e condenável omissão, deixar caducar a
promessa do actual Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, seja por
demissão abrupta ou por conclusão normal da legislatura? Não. Bem ao
contrário, daremos solidariamente as mãos, unidos num só espírito de
Vida partilhada, para que tal promessa se cumpra diante das 75.000
assinaturas que, se Deus quiser e todos empenhadamente trabalharmos
por isso, havemos de entregar em breve na Assembleia da República,
como primeiro passo redentor e fundador de um «
caminho novo»
para Portugal, para nós e para os nossos filhos!...
Comissão Nacional pro Referendo-Vida
Guimarães, 19 de Março de 2013
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A todos os pais portugueses, incluindo algumas mães que
infelizmente têm de fazer de mãe e de pai...
... feliz dia de S. José, feliz dia do Pai no qual também
a Igreja Católica recebe o seu novo pai terreno - porque, de um
modo especialmente terno e familiar, Papa quer dizer pai,
simplesmente. Este "pai nosso" na terra com quem pedimos ao "Pai
nosso" do Céu a Vida, a Paz-Justiça e o Pão, por meio de quem
oferecemos simples pão e simples vinho, em memória do Corpo e
Sangue que Cristo ofereceu também por amor dos homens, nascidos
e por nascer, desde a concepção até à morte natural - o que nos
mostra como também a nossa vida pós-parto não é senão e também
gestação, preparação para - cumprido o tempo - sermos um dia,
verdadeira e definitivamente "dados à Luz".
* sem que o contrato nada diga em sentido contrário
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http://cinemaemultimedia.ulusofona.pt/index.php/noticias/festivais/359-concurso-pro-videa
http://daconcepcaoamortenatural.blogspot.pt/2013/02/concurso-pro-videa.html
*** 70257 assinaturas recolhidas em poucas semanas...