Cara Ana*,
O aborto é exactamente isso que a Ana não quer ver: a morte de uma criança na sua fase de desenvolvimento intra-uterino. O que é uma gravidez, senão o acolhimento de um filho, de um bebé, no seio de sua mãe?
Não manipule as palavras ao sabor dos seus preconceitos contra os Direitos Humanos universalmente entendidos - como a Ana parece não querer entendê-los. Sentimentos de «Indignação e tristeza» não os desperdice com quem, como nós, está a dar Voz aos que não têm voz, mas dedique-os antes a esta grande Injustiça que sacrifica os mais fracos aos interesses dos mais fortes - àqueles que podiam e mais deviam amá-los, salvá-los, dar-lhes uma educação, acolhê-los numa família e dar-lhes enfim a oportunidade de viver uma Vida...
Mas preferem abortá-los já com um coração a bater e todo um processo de desenvolvimento em curso que, a não ser violentado, em pouco tempo dará à luz aquela nova esperança para a humanidade que cada uma das nossas vidas transporta.
Quanto à campanha para o referendo, ela é legitimamente conduzida e organizada por cidadãos livres como a Ana. E tal como os abortófilos não desistiram dos seus intentos enquanto não os alcançaram, saibam que também nós não desistiremos de alcançar os nossos. Exigimos o mesmo respeito democrático pelas vitórias que, como receia - e bem! - o futuro nos reserva.
Atentamente,
Luís Botelho
* resposta a comentário de uma certa Ana, presumivelmente já livre do perigo de ser abortada, a uma notícia Renascença