segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Direito de Resposta - a artigo saído no boletim da Ordem dos Médicos

Ex.mº Senhor Director do boletim da Ordem dos Médicos,

Chegou ao conhecimento desta comissão um artigo publicado no Boletim da Ordem dos Médicos , n.º 122 de setembro de 2011, na pág. 64,  pelo Dig.mº Dr. Rosalvo Almeida, neurologista aposentado (aposentado da prática médica sobre neurónios alheios, presume-se que não do uso dos próprios), em que a iniciativa em curso de convocação de um referendo nacional sobre o valor da Vida Humana é visada em termos que consideramos distorcidos e, pelo menos num caso, manifestamente errados.

Assim, invocando o Direito de Resposta dentro do prazo de 60 dias* previsto para uma publicação com a periodicidade do boletim da "Ordem dos Médicos", vimos - com conhecimento à E.R.C. - solicitar a publicação urgente da nota rectificativa que se segue.

Com os melhores cumprimentos e em nome da Comissão Nacional pro referendo-Vida,
Luís Botelho Ribeiro
(BI 7678228)

* http://www.erc.pt/pt/perguntas-frequentes/sobre-a-imprensa/5

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« DIREITO DE RESPOSTA

Cumpre esclarecer e desmentir os pontos mais graves do artigo aqui publicado em Setembro (pág. 64) pelo Dig.mº Dr. Rosalvo Almeida.

1. Ao contrário do que afirma o autor, o objectivo desta iniciativa de referendo não é «impedir a discussão da eutanásia voluntária ativa» mas, pelo contrário, o de promover essa discussão pública. Pretendemos - coisa bem diferente -  impedir a sua aprovação, através de um debate democrático aberto e esclarecedor para os cidadãos que devem, em nosso entender, reclamar dos senhores deputados a última palavra sobre matéria tão grave e acima do mandato legislativo.

2. Como diz o autor «o diabo está nos (seus) detalhes». E é precisamente o "detalhe" da deliberada truncagem no seu texto da expressão «vida humana» que lhe permite confundir maliciosamente(?) com uma «vida humana», as formas de vida de um espermatozoide ou de um óvulo não fecundado. Repudiamos vivamente a desonestidade de um tal pseudo-argumento.

3. Sobre a possibilidade de esta iniciativa se tornar rastilho de "fundamentalismos cristãos" (ou outros, acrescentaríamos), embora não a atribuindo explicitamente no rol das nossas presumidas razões ocultas, devemos esclarecer ainda assim que este movimento é animado por uma base transversal de cidadãos, crentes e não-crentes, cristãos, muçulmanos, judeus, agnósticos e possivelmente mesmo ateus, posto que não é necessária uma filiação religiosa para se reconhecer o valor absoluto da vida humana. Felizmente, basta essa base ética humanista que, no essencial, também se exprime no juramento de Hipócrates - que o Dr. Rosalvo de Almeida porventura recordará.

Comissão Nacional pro Referendo-Vida
Guimarães, 21 de Novembro de 2011 »